quarta-feira, 3 de agosto de 2016

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Eletroanalgesia


Princípios Básicos de Eletricidade

Definição de modalidades elétricas: “Capacidade de receber a corrente elétrica por meio de uma tomada de parede e transformá-la para produzir efeito fisiológico desejado no tecido biológico”.

Definição de corrente elétrica: Conjunto de cargas positivas ou negativas em movimento. Unidade de medida (Ampére – A) → Indica a taxa de fluxo de elétrons (intensidade). Para que a corrente elétrica flua devem existir → Transportadores de carga na matéria (elétrons – metais / íons – soluções eletrolíticas) e Força eletromotriz (voltagem / Unidade = Volts).

Tipos de correntes elétricas:
Corrente contínua (polarizada) → Cargas se movem sempre em uma mesma direção. Promove mudanças eletroquímicas sob os eletrodos. Utilizada para iontoforese. Promove efeito bioestimulante sobre células não-excitáveis. Pode ser utilizada para estimulação de pontos motores ou nervos periféricos.
Corrente alternada (despolarizada) → Há a inversão da polaridade em intervalos regulares de tempo. Ideal para atividade excitomotora. Produz formas de ondas que têm 2 fases em cada pulso.
Trens de pulso ou “burst” → Grupos de pulsos interrompidos por pequenos períodos de tempos e se repetem em intervalos regulares. Usada em corrente “Russa”.


Representação gráfica da corrente elétrica produzida pelo aparelho eletroterapêutico:

Pulsos e Fases do fluxo de corrente:


Eletrodos – primeiro ponto de resistência para as terapias com correntes elétricas.
Tipos de eletrodos:
Metálicos, de chumbo ou alumínio (C, D)→ Alumínio : menos corrosivo. Apresentam resistência na interface eletrodo-pele. Necessidade de esponja umedecida. Uso: correntes polarizadas
Silicone-carbono (B) → Uso causa alterações nos íons carbono. Necessidade de uso de gel condutor. Uso: correntes despolarizadas.
Auto-adesivos (A) → Perde a condutividade com o tempo. Uso: correntes despolarizadas.
Posicionamento dos eletrodos:

                                         Longitudinal                                          Transversal

Tamanho dos eletrodos:
Técnica monopolar → Densidade sob o eletrodo menor é aumentada. Ênfase no local a ser tratado.

Técnica bipolar → Utilização de 2 eletrodos de tamanhos iguais. Distribuição uniforme da corrente pela superfície do segmento a ser tratado.

Colocação dos eletrodos:
Sobre ou ao redor da área dolorosa
Sobre os dermátomos que correspondem à área doloroso
Próximo à medula que inerva área dolorosa
Sobre nervos periféricos que inervam a área dolorosa
Sobre estruturas vasculares superficiais
Sobre pontos motores

Dermátomos:


Miótomos de membros inferiores:
L2 – Psoas e adutores de quadril (flexão de quadril)
L3 - Psoas e quadríceps (atrofia coxa - extensão joelho)
L4 – Tibial anterior e extensor do hálux (dorsiflexão de tornozelo)
L5 – Extensor do hálux / fibulares / glúteo médio / dorsiflexão tornozelo (atrofia panturrilha – extensão hálux)
S1 – Panturrilha e posterior da coxa / atrofia glúteos / fibulares / flexores plantares (flexão plantar tornozelo / eversão tornozelo / extensão quadril)
S2 – Similar S1 exetuando fibulares

Modulações da corrente: Qualquer alteração que se faça na corrente original.
Tipos de modulação:
Variações de amplitude → modulações na amplitude de pico de uma série de pulsos.

Variações de freqüência de pulso variações cíclicas no número de pulsos aplicados por unidade de tempo.

Trens de pulso (Burst) → Repetição seqüencial de uma série de pulsos. Comum em estimulações excitomotora por minimizar a fadiga. Burst + Modulação em amplitude - contração mais agradável.

Modulação VIF (variação na freqüência e intensidade) → Utilizadas nas correntes empregadas em longos períodos de estimulação. Consegue-se retardar a ACOMODAÇÃO.

Freqüência das correntes:
Correntes de baixa freqüência → < 1000 Hz (< 250 Hz)
Correntes alternadas de média freqüência → 1000 a 4000 Hz (moduladas em baixa freqüência: ~50 Hz para contração muscular)
Freqüência das correntes com suas respectivas ações:
Estrutura estimulada Freqüência (Hz)
Nervos simpáticos 0-5
Músculo não-estriado 0-10
Nervos parassimpáticos 10-150
Nervos motores 10-50
Nervos sensoriais 90-110

Parâmetros ajustáveis:
Características do pulso → Freqüência do pulso. Amplitude da corrente. Largura do pulso. Intervalo do interpulso.
Eletrodos → Tipo. Distância. Posicionamento. Tamanho.
Características da corrente elétrica → Tipo de corrente. Formas de onda. Modulações.
Tempo total de terapia.
Contra-indicações gerais para estimulação elétrica:
Usuários de marcapasso cardíaco
Cardiopatas
Utilização sobre vasos sanguíneos trombóticos ou embolíticos
Vasos vulneráveis à hemorragia
Área abdominal de gestantes
Sobre seios carotídeos
Alterações de sensibilidade sem estratégias seguras
Indivíduos com dermatite e sobre pele danificada
Tecidos neoplásicos
Estado febril
Infecções em geral
Dor não-diagnosticada (a menos que seja recomendada por profissional)
Referências Bibliográficas:
Cameron, M.H. Agentes físicos na reabilitação – da pesquisa à prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 3º edição, 2009.
Guirro, E; Guirro, R. Fisioterapia dermato-funcional-fundamentos, recursos e patologias. São Paulo: Manole, 2004.
Kitchen, S.; Bazin, S. Eletroterapia prática baseada em evidência. São Paulo: Manole, 2003.
Prentice, W.E. Modalidades terapêuticas para fisioterapeutas. Porto Alegre: Artmed, 2º edição, 2004.

Próximas aulas de recursos terapêuticos

01/08/2016Princípios gerais em eletroterapia e Analgesia por meio de correntes elétricas: aula teórico-prática

08/08/2016Estimulação muscular por meio de correntes elétricas: aula teórico-prática

15/08/2016Efeitos da corrente elétrica na cicatrização e iontoforese: aula teórico-prática

22/08/2016Prova teórico-prática (60 pontos)

24/08/2016Exame especial (Quarta-feira  14h)