Resumo elaborado pela monitora da disciplina: Marielle Martins de Carvalho
“Corrente Interferencial” é o fenômeno que ocorre quando duas ou mais oscilações são aplicadas simultaneamente em um mesmo ponto. Na terapia interferencial, dois estímulos de corrente alternada de frequência média (4.000 Hz a 4.100 Hz, por exemplo), são aplicados ao mesmo tempo num mesmo ponto. Uma terceira freqüência chamada de “Frequência de Batimento”, “Frequencia de Tratamento” ou “Frequência de Amplitude Modulada (AMF)” é criada onde estes dois estímulos de frequência média se cruzam.
Na terapia inteferencial, a AMF corresponde às frequências normalmente utilizadas na eletroterapia por baixa frequência. Portanto, temos as vantagens das frequências de média frequência (4.000 Hz - resistência da pele baixa), e estamos dentro da faixa biológica 0,1 a 200 Hz (AMF), faixa esta em que os sistemas biológicos respondem aos estímulos das correntes elétricas. Para compreendermos melhor a vantagem de utilizar um recurso de média frequência precisamos, entender que a pele humana oferece uma alta resistência a passagem de correntes de baixa frequência e de duração relativamente longa do pulso. Além disso, a pele age como uma resistência linear e também como um capacitor. A resistência oferecida por um capacitor à passagem de corrente alternada é chamada de reatância capacitiva. Ela age em combinação com a resistência linear da pele. A reatância capacitiva tem uma característica útil, ou seja, ela decresce a medida que a frequência da corrente aplicada aumenta. Então, se tivermos uma corrente de frequência mais alta, a resistência da pele irá baixar, proporcionando uma estimulação mais eficiente. Além disso, frequências mais altas têm duração de pulso mais curtos, levando a um estímulo mais agradável.
Um tratamento efetivo somente ocorre quando o paciente percebe uma sensação dominante concentrada na área onde o problema se encontra. Em outras palavras, o paciente irá sentir uma significante sensação de formigamento ao redor e na área onde o problema se encontra. Um ajuste da posição dos eletrodos na pele é importante para se conseguir os melhores resultados.
CORRENTES INTERFERENCIAIS PRÉ-MODULADAS (bipolar):
É possível emitir correntes interferenciais ao paciente utilizando dois eletrodos
Ao invés dos quatro convencionais. No modo convencional (tetrapolar-normal) a corrente interferencial é produzida endogenamente (dentro, profundamente) no paciente. No modo bipolar (pré-modulado) a corrente interferencial é aplicada através dos eletrodos para a pele do paciente.
CONTROLE DA AMF:
A AMF, conhecida também por freqüência de batimento ou freqüência de tratamento, pode ser controlada de duas maneiras básicas, que são no modo contínuo, onde o equipamento gera uma única freqüência de batimento que pode ser selecionada pelo operador. Neste método, o aparelho gera uma diferença constante na freqüência entre os dois canais. Enquanto que, no modo “Sweep” (D AMF), o equipamento gera automaticamente a freqüência de batimento dentro de uma faixa pré- selecionada. Esta faixa pré-selecionada é a faixa da freqüência de tratamento, que é automaticamente e ritmicamente aumentada e diminuída dentro de uma faixa de AMF pré-estabelecida. O modo "Sweep" é muito utilizado para se evitar a acomodação.
No modo de varredura (sweep), a eletroestimulação pode ser feita por 3 programas:
A AMF permanece na freqüência básica por um segundo e então muda
abruptamente para a freqüência mais alta, na qual permanece também por um segundo. Isto se repete automaticamente. Este programa é recomendado para
problemas crônicos e subagudos.
A AMF permanece na frequência básica por cinco segundos, passa por todas as outras frequências (dentro da extensão escolhida) em um segundo até alcançar a freqüência mais alta, na qual permanece também cinco segundos. Isto se repete automaticamente. Esta forma de tratamento é indicada para paciente com desordens agudas.
A AMF está continuamente variando. Nos primeiros seis segundos ela cresce passando por todas as frequências dentro da extensão escolhida até alcançar a frequência mais alta, e decresce imediatamente nos próximos seis segundos. Isto se repete automaticamente. Dos três tipos de programas, este é o mais agradável de todos. Este modo é bastante utilizado para se evitar a acomodação.
No modo de interferência bipolar é possível a escolha da AMF de 1 Hz a 200 Hz.
ESCOLHA DA AMF OU FREQUENCIA DE TRATAMENTO: A escolha da AMF depende da natureza, estágio, gravidade e do local do problema. Frequências altas são sentidas como “agradáveis e mais leves”. AMF altas (75Hz a 200Hz) são aconselháveis para problemas agudos, grande dor, hipersensitividade. Em frequências baixas a sensação é mais “áspera e pesada”. Nas contrações musculares, problemas crônicos ou sub-agudos, uma AMF baixa é bem adequada. Freqüências abaixo de 50Hz produzem contrações pulsadas e fibriladas.
STIM. MODE (Modo de estimulação):
- Contínuo: AMF constante. Podem-se utilizar os programas de “Sweep”.
- Srg: Uma vez escolhido a AMF e/ou SWEEP, quando no modo de estimulação SURGE o equipamento introduz as conhecidas "rampas" rise, on, decay e off , que correspondem ao tempo de subida da corrente, tempo de permanência da corrente na frequência mais alta, tempo de descida da corrente e tempo de repouso.
CARRIER (Frequência de portadora):
Podem ser escolhidas as freqüências de 2KHz (2.000Hz), 4KHz (4.000Hz) e 8KHz (8.000Hz). A frequência de 2KHz deve ser utilizada somente nas condições não dolorosas. De maneira geral, todas outras aplicações se utiliza a frequência de 4KHz ou 8KHz.
MODO DE INTERFERÊNCIA TETRAPOLAR:
- O método tetrapolar é usado para tratamento de grandes áreas.
- AMF e Sweep (D AMF) igual ao modo bipolar.
- No modo tetrapolar há possibilidade de escolha do modo de interferência, que pode ser: Normal (estandar), Vetor manual (desbalancear canais) ou Vetor automático.
-Em se tratando de campo de estimulação interferencial, temos:
Campo interferencial estático (tetrapolar normal ou estandar): são necessários quatro eletrodos (dois por canal). Os dois circuitos são colocados na diagonal da melhor maneira possível, sendo que os eletrodos do canal 1 são colocados um de frente para o outro e o mesmo é feito com os eletrodos do canal 2. A estimulação elétrica ocorre no sentido dos dois circuitos (na diagonal). Nesse caso, as correntes devem estar equilibradas.
Campo interferencial dinâmico (tetrapolar com vetor manual ou automático): implica numa rotação do Campo Interferencial Estático de zero a aproximadamente 45 graus retornando novamente para zero. Este “movimento” é produzido ritmicamente pelo desequilíbrio das correntes, alterando a posição da área de máxima estimulação. Pode ser um meio útil em casos onde o paciente apresente sintomas que não são bem localizados.