sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Equipamento Neurovector V 2.0 – corrente interferencial vetorial

 

Resumo elaborado pela monitora da disciplina: Marielle Martins de Carvalho

“Corrente Interferencial” é o fenômeno que ocorre quando duas ou mais oscilações são aplicadas simultaneamente em um mesmo ponto. Na terapia interferencial, dois estímulos de corrente alternada de frequência média (4.000 Hz a 4.100 Hz, por exemplo), são aplicados ao mesmo tempo num mesmo ponto. Uma terceira freqüência chamada de “Frequência de Batimento”, “Frequencia de Tratamento” ou “Frequência de Amplitude Modulada (AMF)” é criada onde estes dois estímulos de frequência média se cruzam.

Na terapia inteferencial, a AMF corresponde às frequências normalmente utilizadas na eletroterapia por baixa frequência. Portanto, temos as vantagens das frequências de média frequência (4.000 Hz - resistência da pele baixa), e estamos dentro da faixa biológica 0,1 a 200 Hz (AMF), faixa esta em que os sistemas biológicos respondem aos estímulos das correntes elétricas. Para compreendermos melhor a vantagem de utilizar um recurso de média frequência precisamos, entender que a pele humana oferece uma alta resistência a passagem de correntes de baixa frequência e de duração relativamente longa do pulso. Além disso, a pele age como uma resistência linear e também como um capacitor. A resistência oferecida por um capacitor à passagem de corrente alternada é chamada de reatância capacitiva. Ela age em combinação com a resistência linear da pele. A reatância capacitiva tem uma característica útil, ou seja, ela decresce a medida que a frequência da corrente aplicada aumenta. Então, se tivermos uma corrente de frequência mais alta, a resistência da pele irá baixar, proporcionando uma estimulação mais eficiente. Além disso, frequências mais altas têm duração de pulso mais curtos, levando a um estímulo mais agradável.

Um tratamento efetivo somente ocorre quando o paciente percebe uma sensação dominante concentrada na área onde o problema se encontra. Em outras palavras, o paciente irá sentir uma significante sensação de formigamento ao redor e na área onde o problema se encontra. Um ajuste da posição dos eletrodos na pele é importante para se conseguir os melhores resultados.

CORRENTES INTERFERENCIAIS PRÉ-MODULADAS (bipolar):

É possível emitir correntes interferenciais ao paciente utilizando dois eletrodos

Ao invés dos quatro convencionais. No modo convencional (tetrapolar-normal) a corrente interferencial é produzida endogenamente (dentro, profundamente) no paciente. No modo bipolar (pré-modulado) a corrente interferencial é aplicada através dos eletrodos para a pele do paciente.

CONTROLE DA AMF:
A AMF, conhecida também por freqüência de batimento ou freqüência de tratamento, pode ser controlada de duas maneiras básicas, que são no modo contínuo, onde o equipamento gera uma única freqüência de batimento que pode ser selecionada pelo operador. Neste método, o aparelho gera uma diferença constante na freqüência entre os dois canais. Enquanto que, no modo “Sweep” (D AMF), o equipamento gera automaticamente a freqüência de batimento dentro de uma faixa pré- selecionada. Esta faixa pré-selecionada é a faixa da freqüência de tratamento, que é automaticamente e ritmicamente aumentada e diminuída dentro de uma faixa de AMF pré-estabelecida. O modo "Sweep" é muito utilizado para se evitar a acomodação.

No modo de varredura (sweep), a eletroestimulação pode ser feita por 3 programas:
clip_image002A AMF permanece na freqüência básica por um segundo e então muda

abruptamente para a freqüência mais alta, na qual permanece também por um segundo. Isto se repete automaticamente. Este programa é recomendado para

problemas crônicos e subagudos.

clip_image004A AMF permanece na frequência básica por cinco segundos, passa por todas as outras frequências (dentro da extensão escolhida) em um segundo até alcançar a freqüência mais alta, na qual permanece também cinco segundos. Isto se repete automaticamente. Esta forma de tratamento é indicada para paciente com desordens agudas.

clip_image006A AMF está continuamente variando. Nos primeiros seis segundos ela cresce passando por todas as frequências dentro da extensão escolhida até alcançar a frequência mais alta, e decresce imediatamente nos próximos seis segundos. Isto se repete automaticamente. Dos três tipos de programas, este é o mais agradável de todos. Este modo é bastante utilizado para se evitar a acomodação.

No modo de interferência bipolar é possível a escolha da AMF de 1 Hz a 200 Hz.

ESCOLHA DA AMF OU FREQUENCIA DE TRATAMENTO: A escolha da AMF depende da natureza, estágio, gravidade e do local do problema. Frequências altas são sentidas como “agradáveis e mais leves”. AMF altas (75Hz a 200Hz) são aconselháveis para problemas agudos, grande dor, hipersensitividade. Em frequências baixas a sensação é mais “áspera e pesada”. Nas contrações musculares, problemas crônicos ou sub-agudos, uma AMF baixa é bem adequada. Freqüências abaixo de 50Hz produzem contrações pulsadas e fibriladas.

STIM. MODE (Modo de estimulação):

- Contínuo: AMF constante. Podem-se utilizar os programas de “Sweep”.

- Srg: Uma vez escolhido a AMF e/ou SWEEP, quando no modo de estimulação SURGE o equipamento introduz as conhecidas "rampas" rise, on, decay e off , que correspondem ao tempo de subida da corrente, tempo de permanência da corrente na frequência mais alta, tempo de descida da corrente e tempo de repouso.

CARRIER (Frequência de portadora):

Podem ser escolhidas as freqüências de 2KHz (2.000Hz), 4KHz (4.000Hz) e 8KHz (8.000Hz). A frequência de 2KHz deve ser utilizada somente nas condições não dolorosas. De maneira geral, todas outras aplicações se utiliza a frequência de 4KHz ou 8KHz.

MODO DE INTERFERÊNCIA TETRAPOLAR:

- O método tetrapolar é usado para tratamento de grandes áreas.

- AMF e Sweep (D AMF) igual ao modo bipolar.

- No modo tetrapolar há possibilidade de escolha do modo de interferência, que pode ser: Normal (estandar), Vetor manual (desbalancear canais) ou Vetor automático.

-Em se tratando de campo de estimulação interferencial, temos:
Campo interferencial estático (tetrapolar normal ou estandar): são necessários quatro eletrodos (dois por canal). Os dois circuitos são colocados na diagonal da melhor maneira possível, sendo que os eletrodos do canal 1 são colocados um de frente para o outro e o mesmo é feito com os eletrodos do canal 2. A estimulação elétrica ocorre no sentido dos dois circuitos (na diagonal). Nesse caso, as correntes devem estar equilibradas.

Campo interferencial dinâmico (tetrapolar com vetor manual ou automático): implica numa rotação do Campo Interferencial Estático de zero a aproximadamente 45 graus retornando novamente para zero. Este “movimento” é produzido ritmicamente pelo desequilíbrio das correntes, alterando a posição da área de máxima estimulação. Pode ser um meio útil em casos onde o paciente apresente sintomas que não são bem localizados.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

ESTUDO DE CASO - Toracalgia e Cervicalgia (Eletroanalgesia)

Entrega do material: 03 de fevereiro de 2014.

História: DS é uma jovem mulher de 28 anos, que foi indicada para fisioterapia com diagnóstico de dor torácica e cervical. DS queixa-se de aumento gradual da dor no pescoço e trapézio superior ao longo das últimas seis semanas. Ela relata que sua dor é pior ao fim do seu dia de trabalho como caixa de supermercado e nota que a dor está mais frequente e intensa que no mês passado. DS afirma que sua dor aumenta com o levantamento e transporte de cargas e qualquer rotação do seu pescoço. Ela teve algumas horas de trabalho reduzidas este mês, por causa do quadro alérgico. Ela foi avaliada por um clínico e a radiografia da sua coluna cervical foi negativa. Ela não tem histórias de arritmias e não tem marcapasso. Testes e Medidas: A paciente afirma que a intensidade da sua dor cervical é de 6/10. A ADM ativa da sua extremidade superior está dentro dos limites normais, sua força é de 4+/5 bilateralmente e ela está limitada pela dor no pescoço. Sua força no rombóide e trapézio superior é de 4-/5 bilateralmente. A rotação do pescoço e a flexão lateral estão 75% do normal, com a dor bilateralmente. A flexão anterior é desconfortável nos 30% finais da amplitude. A extensão está dentro dos limites normais. À palpação existem significantes nódulos no trapézio superior bilateralmente e pontos-gatilho ao longo da borda medial de ambas as escápulas. DS nega parestesia ou dormência nas extremidades superiores.

Avaliação e Objetivos:

· Estado Atual: Cervicalgia e toralcalgia. ADM restrita. Diminuição da força do quadrante superior.

      • Objetivos: Controle álgico. Recuperar a ADM cervical normal. Recuperar a força normal do quadrante superior.

· Estado Atual: Dificuldade de levantar e transportar carga.

      • Objetivos: Retornar à capacidade normal de levantar e transportar carga.

· Estado Atual: Diminuição das horas de trabalho.

      • Objetivos: Executar todas as funções relacionadas ao trabalho e voltar às horas normais de trabalho.

Diagnóstico funcional: Postura deficiente. Prognóstico/Plano de Tratamento: Esta paciente não parece ter um problema ósseo, devido à normalidade da sua radiografia e à ausência de parestesia. Os nódulos do seu trapézio e os pontos-gatilho escapulares indicam uma causa muscular para a sua dor. Em geral, a TENS é um tratamento indicado para redução da dor. Outros agentes físicos tais como ultrasson ou gelo, e calor, podem ser usados em conjunto com a estimulação elétrica. Esta paciente não apresenta contraindicação ao uso da estimulação elétrica.

Propõe-se que a estimulação elétrica seja usada para o controle da dor visando analgesia rápida e potente. Considerar interferencial vetorial (média frequência, despolarizada) e TENS (baixa frequência, despolarizada) Breve-Intensa.

Por que esta paciente é candidata à estimulação elétrica? O que deve ser incluído no seu programa de tratamento? Que outros agentes físicos podem ser úteis?

image

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Vivência prática em eletroterapia

 

Agendar com Mariela a vivência prática do recurso (utilizar um equipamento de FES – TENS). Entrega de folha assinada por ela na próxima aula (27 de janeiro de 2014).

1). Ajustar o equipamento de eletroterapia (escolha de modalidade terapêutica de baixa frequência) nos seguintes parâmetros T = 100ms e F = 75Hz.

2). Usar um dos canais de estimulação e colocar 1 eletrodo no aluno que receberá a eletroestimulação (ex. região anterior do ante-braço) e o outro na palma da mão.

3). Fazer contato do indicar com o corpo do colega e aumente a intensidade até sentir a corrente (formigamento = nível sensorial fraco).

4). Fazer “palpação elétrica” na área testada buscando pontos de gatilho (ou pontos de acupuntura, ou pontos motores ou área de inervação sensorial relacionada à dor referida). Você saberá que encontrou estes pontos de maior sensibilidade elétrica ao perceber mais corrente passando pelo seu dedo. Esses locais são “pontos de baixa impedância elétrica” por onde a energia da corrente flui com maior facilidade e, por isso, são pontos ótimos para estimulação devendo ser utilizados como alvo para estimulação.

5). Localize e marque 2 pontos e peça ao colega que fale qual a impressão sensorial deixada pela corrente (Anotar e prestar atenção no tipo de formigamento, se é agradável ou desagradável).

6). Feito isso, diminua a frequência (F) para o mínimo que o aparelho permitir (ex. F = 10Hz).

7). Pedir ao colega que compare com a sensação anterior (Melhor? Pior?).

8). Aumentar a F para 150Hz e repita o passo anterior (Melhor ou pior que a anterior?).

9). Teste mais 2 frequências (F = 25Hz, F = 80Hz).

10). Perguntar ao colega qual a melhor F e em seguida mude a estimulação para o modo BURST e pergunte novamente (melhor? Pior?).

11). A estimulação terapêutica posterior à técnica do dedo deveria ser feita com os eletrodos colocados sobre os pontos que foram localizados, na frequência e modo que o paciente preferiu e com a intensidade fixada em nível sensorial forte.

Obs. Caso o colega relata algum desconforto quando a frequência for aumentada ou reduzida, reduza a intensidade da corrente.