Os estudos de caso que se seguem
demonstram os conceitos da aplicação clínica da estimulação elétrica discutidos
em eletroterapia. Com base nos cenários apresentados, propõem-se uma avaliação
dos achados clínicos e objetivos do tratamento. Em seguida, há uma discussão
dos fatores a serem considerados na seleção da estimulação elétrica como a
intervenção indicada e na seleção dos parâmetros ideais para que a estimulação
elétrica promova progresso rumo aos objetivos do tratamento.
ESTUDO DE CASO 1 - Toracalgia e Cervicalgia
Exame
História: DS é uma jovem mulher
de 28 anos, que foi indicada para fisioterapia com diagnóstico de dor torácica
e cervical. DS queixa-se de aumento gradual da dor no pescoço e trapézio
superior ao longo das últimas seis semanas. Ela relata que sua dor é pior ao
fim do seu dia de trabalho como caixa de supermercado e nota que a dor está
mais frequente e intensa que no mês passado. DS afirma que sua dor aumenta com
o levantamento e transporte de cargas e qualquer rotação do seu pescoço. Ela
teve algumas horas de trabalho reduzidas este mês, por causa do quadro
alérgico. Ela foi avaliada por um clínico e a radiografia da sua coluna
cervical foi negativa. Ela não tem histórias de arritmias e não tem marcapasso.
Testes e Medidas: A paciente
afirma que a intensidade da sua dor cervical é de 6/10. A ADM ativa da sua
extremidade superior está dentro dos limites normais, sua força é de 4+/5
bilateralmente e ela está limitada pela dor no pescoço. Sua força no rombóide e
trapézio superior é de 4-/5 bilateralmente. A rotação do pescoço e a flexão
lateral estão 75% do normal, com a dor bilateralmente. A flexão anterior é desconfortável nos 30%
finais da amplitude. A extensão está dentro dos limites normais. À palpação
existem significantes nódulos no trapézio superior bilateralmente e
pontos-gatilho ao longo da borda medial de ambas as escápulas. DS nega
parestesia ou dormência nas extremidades superiores.
Por que esta paciente é candidata à
estimulação elétrica? O que deve ser incluído no seu programa de tratamento?
Que outros agentes físicos podem ser úteis?
Avaliação,
Diagnóstico, Prognóstico e Objetivos
Avaliação e Objetivos:
·
Estado Atual: Cervicalgia e toralcalgia. ADM
restrita. Diminuição da força do quadrante superior.
- Objetivos:
Controle álgico. Recuperar a ADM cervical normal. Recuperar a força
normal do quadrante superior.
·
Estado Atual: Dificuldade de levantar e
transportar carga.
- Objetivos:
Retornar à capacidade normal de levantar e transportar carga.
·
Estado Atual: Diminuição das horas de trabalho.
- Objetivos:
Executar todas as funções relacionadas ao trabalho e voltar às horas
normais de trabalho.
Diagnóstico funcional: Postura
deficiente.
Prognóstico/Plano de Tratamento:
Esta paciente não parece ter um problema ósseo, devido à normalidade da sua
radiografia e à ausência de parestesia. Os nódulos do seu trapézio e os
pontos-gatilho escapulares indicam uma causa muscular para a sua dor. Em geral,
a TENS é um tratamento indicado para redução da dor. Outros agentes físicos
tais como ultrasson ou gelo, e calor, podem ser usados em conjunto com a
estimulação elétrica. Esta paciente não apresenta contraindicação ao uso da
estimulação elétrica.
Intervenção
Propõe-se que a estimulação
elétrica seja usada para o controle da dor visando analgesia rápida e potente.
Considerar interferencial vetorial (média frequência, despolarizada) e TENS
(baixa frequência, despolarizada) Breve-Intensa.
INTERFERENCIAL
VETORIAL
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Tipo
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Parâmetros
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Colocação dos eletrodos
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Mecanismo
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Forma de onda
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Frequência de pulso (Hz)
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Largura do pulso (ms)
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Modulação (Modo)
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Amplitude (mA)
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Duração do tratamento (min)
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TENS
BREVE-INTENSA
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Tipo
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Parâmetros
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Colocação dos eletrodos
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Mecanismo
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Forma de onda
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Frequência de pulso (Hz) |
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Largura do pulso (ms)
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Modulação (Modo)
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Amplitude (mA)
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Duração do tratamento (min)
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ESTUDO DE CASO 2 – Gonalgia (dor joelho) Medial
Exame
História: VP é uma mulher de 47
anos, faxineira, desenvolveu gonalgia medial 4 meses atrás. A cirurgia de
artroscopia revelou uma ponta de desgaste da superfície troclear do fêmur, que
foi então debridada. VP foi submetida a cirurgia 3 semanas atrás e foi
encaminhada à clínica de fisioterapia para avaliação e tratamento. Ela tem tido
dificuldade para estender sua perna direita e sustentar o peso total à direita
ao caminhar e está incapacitada de trabalhar desde a cirurgia.
Testes e medidas: VP classifica
quadro álgico direito em 8/10. À palpação do joelho direito da paciente, há
ligeiro calor e hipersensibilidade. As incisões estão bem cicatrizadas. O
perímetro no meio da patela direita é de 43 cm e da esquerda de 38 cm. A ADM
articular do joelho direito é de 10 a 50 graus de flexão. VP deambula pequenas
distâncias em casa sem a ajuda de aparelho, mas com o joelho direito em cerca
de 15 a 20 graus de flexão em ortostatismo. Ela apresenta grau 4/5 de força de
quadríceps à direita dentro da ADM possível.
Por que a estimulação elétrica seria uma
boa escolha para esta paciente? Ela tem alguma contraindicação à estimulação
elétrica? Quais são alguns objetivos apropriados?
Avaliação,
Diagnóstico, Prognóstico e Objetivos
Avaliação e Objetivos:
- Estado
atual: Gonalgia à direita, locomoção prejudicada, perímetro aumentado.
- Objetivos:
Controlar a dor no joelho e o edema, aumentar a ADM e aumentar a força.
- Deambulação
limitada e alterada.
- Objetivos:
Retornar à deambulação normal.
- Incapaz
de trabalhar.
- Retorno
progressivo das horas de trabalho.
Diagnóstico: Mobilidade
articular, função motora, desempenho muscular e ADM prejudicados.
Prognóstico/Plano de Tratamento:
A estimulação elétrica neuromuscular é um tratamento apropriado para esta
paciente porque ajuda a gerar um nível de força maior do que a paciente pode
gerar por conta própria. As contrações musculares estimuladas eletricamente
ajudam a paciente a aumentar a força da extremidade inferior e pode auxiliar na
drenagem do líquido ao redor do seu joelho, contribuindo para a melhora funcional.
Esta paciente não tinha contraindicações ao uso de estimulação elétrica.
Intervenção
Para esta paciente, deveria ser
usada a estimulação elétrica de média frequência (corrente russa ou
interferencial heteródina) visto que objetivaremos aumentar a força muscular
principalmente do quadríceps (lado direito).
CORRENTE RUSSA – corrente despolarizada
com envoltório quadrático de 10 ms
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Tipo
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Parâmetros
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Colocação de eletrodos
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Largura do pulso
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Frequência do pulso
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Tempo On:OFF
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Tempo de rampa de subida/rampa
de descida
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Tempo de terapia
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ESTUDO DE CASO 3 – Entorse lateral (inversão) de Tornozelo
Exame
História: MC é um jovem estudante
de 23 anos. Ele lesionou seu tornozelo durante uma partida de futebol na
escola. Ele foi visto pelo médico ainda em campo e diagnosticado com entorse
lateral de tornozelo grau II. Seu tornozelo foi envolto em gelo e ele foi
enviado ao vestiário para acompanhamento imediato do fisioterapeuta. O paciente
foi orientado a usar muletas sem descarga de peso sobre o tornozelo lesionado
para preservá-lo.
Teste e Medidas: A inspeção
visual mostrou que o paciente mantém seu tornozelo em uma única posição com
extrema hesitação para permitir ao terapeuta mover a articulação. A ADM passiva
revelou restrições em todas as direções. A ADM é mínima. A articulação
talofibular lateral está sensível ao toque, com descoloração indicativa de
hemorragia por toda a face lateral e uma dificuldade para visualizar o maléolo
lateral devido ao edema. A área está quente ao toque e apresenta uma leve
hiperemia. O estudante está saudável e nega história de câncer, diabetes ou
qualquer outro problema de saúde.
Que tipo de processo está ocorrendo no
tornozelo deste paciente? Que tipo de estimulação elétrica seria mais útil? Que
aspectos da lesão do paciente iria resolver? Que outros agentes físicos podem
ser usados junto com a estimulação elétrica?
Avaliação,
Diagnóstico, Prognóstico e Objetivos
Avaliação e Objetivos:
- Estado
atual: quadro álgico no tornozelo esquerdo, edema e ADM diminuída.
- Objetivos:
Controlar o quadro álgico e o edema. Acelerar a resolução da fase de
inflamação aguda. Aumentar a ADM.
- Deambulação
limitada e alterada.
- Objetivos:
Retornar á deambulação normal.
- Incapaz
de jogar futebol.
- Retorno
às partidas de futebol.
Diagnóstico: Mobilidade articular
prejudicada, função motora e desempenho muscular e ADM associada à lesão do
tecido conectivo.
Prognóstico/Plano de Tratamento:
Devido ao mecanismo de lesão, houve um processo inflamatório. A estimulação
elétrica usando a CPAV (corrente pulsada de alta voltagem) deve ser uma escolha
apropriada de tratamento na medida em que ela tem mostrado retardar a formação
de edema durante o estágio inflamatório da lesão e auxilia no processo de
cicatrização tecidual. Não existe nada na história do paciente que sugira uma
contraindicação ao uso de estimulação elétrica.
Intervenção
CPAV – corrente pulsada de alta voltagem
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Tipo
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Parâmetros
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Colocação de eletrodos
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Frequência do pulso
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Modo |
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Amplitude
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Tempo de tratamento
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