terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Princípios Básicos de Eletricidade

Definição de modalidades elétricas: “Capacidade de receber a corrente elétrica por meio de uma tomada de parede e transformá-la para produzir efeito fisiológico desejado no tecido biológico”.
Definição de corrente elétrica: Conjunto de cargas positivas ou negativas em movimento. Unidade de medida (Ampére – A) → Indica a taxa de fluxo de elétrons (intensidade). Para que a corrente elétrica flua devem existir → Transportadores de carga na matéria (elétrons – metais / íons – soluções eletrolíticas) e Força eletromotriz (voltagem / Unidade = Volts).
Tipos de correntes elétricas: 
Corrente contínua (polarizada) → Cargas se movem sempre em uma mesma direção. Promove mudanças eletroquímicas sob os eletrodos. Utilizada para iontoforese. Promove efeito bioestimulante sobre células não-excitáveis. Pode ser utilizada para estimulação de pontos motores ou nervos periféricos.
Corrente alternada (despolarizada) → Há a inversão da polaridade em intervalos regulares de tempo. Ideal para atividade excitomotora. Produz formas de ondas que têm 2 fases em cada pulso.
Trens de pulso ou “burst” → Grupos de pulsos interrompidos por pequenos períodos de tempos e se repetem em intervalos regulares. Usada em corrente “Russa”. 
Representação gráfica da corrente elétrica produzida pelo aparelho eletroterapêutico:

Pulsos e Fases do fluxo de corrente:

Eletrodos – primeiro ponto de resistência para as terapias com correntes elétricas. 
Tipos de eletrodos:
Metálicos, de chumbo ou alumínio (C, D)→ Alumínio : menos corrosivo. Apresentam resistência na interface eletrodo-pele. Necessidade de esponja umedecida. Uso: correntes polarizadas 
Silicone-carbono (B) → Uso causa alterações nos íons carbono. Necessidade de uso de gel condutor. Uso: correntes despolarizadas.
Auto-adesivos (A) → Perde a condutividade com o tempo. Uso: correntes despolarizadas.
Posicionamento dos eletrodos: 
Longitudinal  ou  Transversal
Tamanho dos eletrodos:
Técnica monopolar → Densidade sob o eletrodo menor é aumentada. Ênfase no local a ser tratado.

Técnica bipolar → Utilização de 2 eletrodos de tamanhos iguais. Distribuição uniforme da corrente pela superfície do segmento a ser tratado.

Colocação dos eletrodos:
Sobre ou ao redor da área dolorosa
Sobre os dermátomos que correspondem à área doloroso
Próximo à medula que inerva área dolorosa
Sobre nervos periféricos que inervam a área dolorosa
Sobre estruturas vasculares superficiais
Sobre pontos motores

Dermátomos: importante verificar mapas de dermátomos.

Miótomos de membros inferiores:
L2 – Psoas e adutores de quadril (flexão de quadril)
L3 - Psoas e quadríceps (atrofia coxa - extensão joelho)
L4 – Tibial anterior e extensor do hálux (dorsiflexão de tornozelo)
L5 – Extensor do hálux / fibulares / glúteo médio / dorsiflexão tornozelo (atrofia panturrilha – extensão hálux)
S1 – Panturrilha e posterior da coxa / atrofia glúteos / fibulares / flexores plantares (flexão plantar tornozelo / eversão tornozelo / extensão quadril)
S2 – Similar S1 exetuando fibulares

Modulações da corrente: Qualquer alteração que se faça na corrente original.
Tipos de modulação: 
Variações de amplitude → modulações na amplitude de pico de uma série de pulsos.

Variações de freqüência de pulso variações cíclicas no número de pulsos aplicados por unidade de tempo.

Trens de pulso (Burst) → Repetição seqüencial de uma série de pulsos. Comum em estimulações excitomotora por minimizar a fadiga. Burst + Modulação em amplitude - contração mais agradável.

Modulação VIF (variação na freqüência e intensidade) → Utilizadas nas correntes empregadas em longos períodos de estimulação. Consegue-se retardar a ACOMODAÇÃO.

Freqüência das correntes:
Correntes de baixa freqüência → < 1000 Hz (< 250 Hz)
Correntes alternadas de média freqüência → 1000 a 4000 Hz (moduladas em baixa freqüência: ~50 Hz para contração muscular)

Freqüência das correntes com suas respectivas ações:

Estrutura estimulada Freqüência (Hz)
Nervos simpáticos         0-5
Músculo não-estriado 0-10
Nervos parassimpáticos 10-150
Nervos motores         10-50
Nervos sensoriais         90-110

Parâmetros ajustáveis:
Características do pulso → Freqüência do pulso. Amplitude da corrente. Largura do pulso. Intervalo do interpulso. 
Eletrodos → Tipo. Distância. Posicionamento. Tamanho.
Características da corrente elétrica → Tipo de corrente. Formas de onda. Modulações.
Tempo total de terapia.
Contra-indicações gerais para estimulação elétrica:
Usuários de marcapasso cardíaco
Cardiopatas
Utilização sobre vasos sanguíneos trombóticos ou embolíticos 
Vasos vulneráveis à hemorragia
Área abdominal de gestantes
Sobre seios carotídeos
Alterações de sensibilidade sem estratégias seguras
Indivíduos com dermatite e sobre pele danificada
Tecidos neoplásicos
Estado febril
Infecções em geral
Dor não-diagnosticada (a menos que seja recomendada por profissional)

Referências Bibliográficas:
Cameron, M.H. Agentes físicos na reabilitação – da pesquisa à prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 3º edição, 2009.
Guirro, E; Guirro, R. Fisioterapia dermato-funcional-fundamentos, recursos e patologias. São Paulo: Manole, 2004.
Kitchen, S.; Bazin, S. Eletroterapia prática baseada em evidência. São Paulo: Manole, 2003. 
Prentice, W.E. Modalidades terapêuticas para fisioterapeutas. Porto Alegre: Artmed, 2º edição, 2004.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Caso clínico - Laserterapia de baixa potência

HO é um arquiteto de 38 anos de idade, portador de artrite reumatóide (AR). Foi encaminhado para a fisioterapia por causa da rigidez e da dor, particularmente nas articulações das mãos. Em tratamentos anteriores, ele foi instruído a fazer exercícios de ADM, atualmente realizados 3 vezes por semana. O trabalho do paciente inclui atividade manual no uso do computador e desenho dos projetos. Ele julga estar realizando essas tarefas de forma mais lenta, percebendo dificuldade para realizar alguns trabalhos de precisão. Demonstra preocupação de que isso afete a sua atividade laboral.
A medicação de HO abrange ibuprofeno e metotrexato que proporcionam algum alívio à dor e rigidez das mãos.
Nos testes e medidas, o paciente aparenta estar saudável de forma geral, embora caminhe de forma bastante rígida. Ele relata dor nas mãos na intensidade 4/10 em repouso e 7/10n com o movimento, e que as mãos apresentam rigidez particularmente nas primeiras horas matinais. A ADM encontra-se reduzida nas articulações de ambas as mãos, com leve desvio ulnas nas articulações metacarpofalangeanas.
Goniometria passiva em várias articulações:
· Flexão interfalangeana do polegar: D = 80º E = 80º
· Extensão IF do polegar: D = -20º E = -20º
· Flexão da articulação proximal IF do dedo indicador: D = 90º E = 90º
· Extensão da articulação proximal IF do dedo indicador: D = -20º E = -25º
· Flexão da articulação PIF do dedo médio: D = 100º E = 90º
· Extensão da articulação PIF do dedo médio: D = -20º E = -30º
A força de preensão foi 4/5 bilateral, limitada pela dor e rigidez.

Perguntas:
1. Quais seriam os objetivos para a laserterapia?
2. Que outras intervenções (cinesioterapia) deveriam ser consideradas?
3. Quais os cuidados e precauções antes do uso devem ser verificados antes de aplicar da laserterapia de baixa potência nesse cliente?
4. Descreva a técnica, parâmetros ajustáveis, cuidados a serem tomados e posicionamento durante a aplicação da técnica.