terça-feira, 9 de junho de 2009

LASERTERAPIA DE BAIXA POTÊNCIA



Emissão de luz monocromática, com um único comprimento de onda. Possui grande concentração de energia por possuir fótons direcionados em um só sentido. Promove alterações físicas e biológicas que resultam em vários efeitos. Para nós os efeitos terapêuticos mais importantes são os bioestimulantes.

As respostas desencadeadas pela radiação LASER nos tecidos biológicos estão relacionadas com a potência de radiação, que influencia a quantidade de energia depositada nos tecidos biológicos, bem como o comprimento de onda, que determina a profundidade de penetração. Os efeitos do LASER são variados indo do bioestimulante ao cirúrgico.

Os equipamentos mais utilizados na prática clínica são LASER de baixa potência.

Tipos:

Hélio-Neônio

Arseneto de Gálio

Alumínio-Gálio-Índio-Fósforo *

Arseneto-Gálio-Alumínio *

* Vantagem: potência média emitida é superior ao dos He-Ne e AsGa.

O Laser AsGa apesar de apresentar alta potência de pico emitida, a quantidade de energia emitida é menor do que dos LASER tipo AlGaInP e AsGaAl, por possuir forma de emissão pulsada.

Tipos e características de Laser de baixa potência:

· HeNe = 632,8 nm (emissão contínua) / Ppico e Pmédia = 0,002 W a 0,010 W / luz visível

· AlGaInP = 630-685 nm (emissão contínua) / Ppico e Pmédia= 0,015 W a 0,030 W / luz visível

· AsGaAl = 780-870 nm (emissão contínua) / Ppico e Pmédia= 0,030 W / infravermelho

· AsGa = 904 nm (emissão pulsada) / Ppico = 15 a 30 W / Pmédia = 0,006 W / infravermelho

OBS. Cálculo da Pmédia do AsGa:

Pmédia (W) = Ppico (W) x Freqüência do pulso (Hz) x Largura do pulso (s)

Pmédia (W) = 30 W x 1000 Hz x (200 x 10-9 s)

Pmédia (W) = 6000000 x 10-9 = 0,006 W

Como dito anteriormente, outro fator que influencia a quantidade de energia depositada nos tecidos biológicos é o comprimento de onda (espectro eletromagnético vai desde o infravermelho até o ultravioleta, passando pela luz visível). Sendo assim, quanto maior o comprimento de onda, maior a penetração de radiação.

Entretanto, a laserterapia de baixa freqüência apresenta baixa profundidade de penetração (9,7 – 14,2 mm com 1 % da energia incidente).

Fatores que dificultam a penetração – estrato córneo e a quantidade de melanina

Fatores que aumentam a reflexão – ângulo de incidência sobre a pele e a presença de pomadas, líquidos e secreção sebácea sobre a pele.

As respostas biológicas oriundas da laserterapia ocorrem em função da excitação de elétrons que causa desprendimento de elétrons. O nível de energia encontra-se entre 1 e 4 eletro-volts.

Níveis de energia necessários para promover diferentes respostas nos tecidos biológicos:

Nível de energia

Nível de resposta

Efeito fisiológico

<>

Vibração molecular

Temperatura

1,0 a 4,0 ev

Excitação do elétron

Biomodulação (bioestimulação) da função celular

> 6,0 ev

Ionização

Ruptura das ligações químicas

Essas respostas biológicas dependem da densidade energética, que representa a quantidade de energia depositada por área. Sendo assim, quanto maior a densidade energética, maior será a reação fotobiológica e consequentemente a ação terapêutica.

Entre os efeitos da laserterapia de baixa potência pode-se citar:

Ação antiinflamatória – 1 a 3 J/cm2

Ação circulatória – 1 a 3 J/cm2

Ação antálgica – 2 a 4 J/cm2

Ação regenerativa – 3 a 5 J/cm2

Embora a radiação laser de baixa potência não tenha capacidade ionizante, isto é, não rompe ligações químicas, a sua propriedade de indução fotobiológica é capaz de provocar ações bioestimulantes e analgésicas.

Ação bioestimulante:

- Atividade do núcleo celular e do sistema DNA-RNA, aumenta a formação de RNAm e consequentemente a síntese protéica.

- Aumento do n◦ e maturação de fibroblastos com conseqüente aumento das fibras de colágeno.

- Neoformação de vasos.

Ação analgésica:

- Redução da transmissão do estímulo doloroso por aumento de síntese de beta-endorfinas* e estimulação de fibras grossas, aumentando o limiar da dor.

- Redução do espasmo muscular (pontos-gatilho) por interferir no ciclo dor-espasmo-dor.

* Opióides endógenos excitam vias descendentes (substância cinzenta periaquedutal do mesencéfalo e núcleos da rafe no bulbo). Vias descendentes estimulam a SG a exercer função inibitória sobre a transmissão nervosa da dor.

Além desses efeitos, a literatura cita:

Efeitos bioquímicos

¡ Estimulação da liberação de substâncias pré-formadas (histamina, serotonina, bradicinina)

¡ Excitação ou inibição das reações enzimáticas normais

¡ Estimulação na produção de ATP no interior das células (aceleração das mioses + AMPc)

¡ Alteração na produção hormonal

¡ Interferência na produção de certas substâncias (ex. prostaglandinas)

¡ Liberação de b-endorfinas e serotonina analgesia)

Efeitos bioelétricos

¡ Normalização do potencial de membrana

Efeitos bioenergéticos

¡ tecido granulação

¡ Regeneração de fibras nervosas

¡ Neoformação de vasos sanguíneo

¡ Regeneração dos linfáticos, modificação da motricidade do linfático

¡ Aceleração do processo de cicatrização

¡ Incremento da atividade fagocitária dos macrófagos

¡ Proliferação dos fibroblastos e da produção de colágeno

Quanto ao tempo de aplicação, apesar dos equipamentos realizarem o cálculo automaticamente, pode-se calculá-lo utilizando a seguinte fórmula.

¡ Laser de emissão contínua

l Tempo necessário = densidade de energia desejada (j/cm2) x área (cm2) / potência média de emissão (W)

¡ Tamanho da área a ser tratada é similar ao tamanho da área do ponto da caneta

¡ Laser de emissão pulsada

l Necessidade de calcular a potência média de emissão

¡ Potência média (W) = Potência de pico (W) x Largura de pulso (s) x Freqüência de repetição de pulso (Hz)

Durante a aplicação de lasereterapia de baixa potência, é fundamental o uso de óculos protetores tanto para o terapeuta quanto para o paciente. As lentes dos óculos devem restringir a passagem de determinado comprimento de onda (a lente funciona como filtro bloqueando o comprimento de onda do laser).

Para se ter certeza de que os óculos utilizados na aplicação de determinado laser estão cumprindo o seu papel de bloquear a radiação, o profissional deve testá-los.

Outro fator que pode proporcionar redução da energia incidente no tecido é a divergência do feixe. Sendo assim, divergência maior do que 10◦ devem ser evitadas.

Quanto ao número e freqüência das sessões, recomenda-se aplicações diárias até 2 sessões semanais. Máximo de aplicações 30 sessões. Após 30 sessões, deve-se dar intervalo de 1 mês para recomeçar a terapia.

Formas de aplicação: varredura (em áreas com feridas abertas) e aplicações pontuais exercendo certa pressão.

Cuidados e precauções:

¡ Ângulo de incidência perpendicular à área

¡ Proteção ocular do terapeuta e paciente

¡ Não aplicar ao redor do globo ocular ou sobre a pálpebra

¡ Não irradiar sobre o útero gravídico ou ovário

¡ Não irradiar sobre glândulas

¡ Não realizar as terapias em salas que refletem muito a luz

¡ É contra-indicado a irradiação sobre neoplasias

¡ As aplicações devem realizar-se sobre a pele isenta de cremes ou secreção sebácea

¡ O uso de altas doses pode promover efeitos adversos

¡ Evitar o uso de laser com drogas fotossensíveis

Referência:

Adotada

Título: GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia dermato-funcional-fundamentos e recursos patologias.

Capítulo: 8 - Laser p. 209 a 222.

Para Saber Mais

Título: AGNE, J. E. Eletrotermoterapia teoria e prática.

Capítulo: Laserterapia. p. 309 a 328.

Título: KITCHEN, S.; BAZIN, S. Eletroterapia prática baseada em evidências.

Capítulo: Laserterapia de baixa intensidade.

2 comentários:

  1. Boa noite, meu nomne é TANIA FIDALGO, sou podologa e estéticista , gostria de saber se esse laser, ajuda no tratamento de micose, onicoimicose, efim na aréa de podologia, e na estética, em tratamento de acnes, manchas..etc>
    meu e-mail é: tania_fidalgo@hotmail.com.
    Desde já o meu muito obrigada.

    Tania Fidalgo

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