ALUNOS: TATIANE LÍLIAM ARÚJO E VINÍCIUS DE OLIVEIRA OTTONE
Definição
A corrente elétrica é o movimento ordenado de partículas eletricamente carregadas (positivamente ou negativamente). Para que esse movimentos ocorram é necessário haver tais partículas − íons ou elétrons − livres no interior dos corpos. A força elétrica é capaz de impulsionar essas partículas (íons) de níveis de energia mais altos para mais baixos estabelecendo potenciais elétricos.
Corpos que possuem partículas eletrizadas livres em quantidades razoáveis são denominados condutores, pois essa característica permite estabelecer corrente elétrica em seu interior.
Obs: A estimulação elétrica tem uma ampla gama de aplicações clínicas em reabilitações,que incluem:
· fotalecimento e reeducação muscular
· controle e alívio da dor
· facilitação da cicatrização de feridas
· reabsorção de edemas e reaçoes inflamatórias pós-lesão ou cirurgias
· intensificação da distribuição transdérmica de drogas
Modalidade elétrica: é a capacidade que o aparelho possui de receber corrente elétrica de uma tomada de parede e transformá-la, para que esta penetre nos tecidos produzindo um efeito fisiológico.
Fatores importantes para passagem de corrente elétrica para os tecidos biológicos:
* Força eletromotriz É a força ou pressão de eletricidade ;a diferença de energia entre dois pontos que produz a força elétrica capaz de movimentar as partícula carregadas através de um condutor entre essses dois pontos.
*Os transportadores de carga são:
Elétrons: nos metais existe grande quantidade de elétrons livres, em movimento desordenado
Íons nas soluções eletrolíticas existe grande quantidade de cátions e ânions livres, em movimento desordenado.
Tipos de correntes eletroterapêuticas:
A) Corrente polarizada (direta /contínua)
È aquela na qual o fluxo é contínuo seguindo apenas uma direção(unidirecional) de partículas carregadas, sendo capaz de promover mudanças eletroquímicas sobre os eletrodos. A corrente polarizada é usada para Iontoforese e para estimular a contração de músculos denervados, e também ocasionalmente para cicatrização de feridas .
Os elétrons irão se deslocar de acordo com a polaridade ,embaixo do eletrodo negativo irá ocorrer uma reação básica forte e embaixo o eletrodo positivo irá ocorrer uma reação ácida fraca.Tal mecanismo faz com que ocorra uma mudança no metabolismo celular favorecendo a cicatrização.
B) Corrente despolarizada (alternada)
E aquela na qual a corrente flui primeiro em uma direção e depois em outra(fluxo contínuo bidirecional) é uma inversão da polaridade em intervalos regulares de tempo. Portanto tem um fluxo de íons igual em cada direção e por isso nenhuma mudança de pulso permanece nos tecidos. Mais comumente a corrente alternada é distribuída como uma onda senoidal. É ideal para atividade excitomotora. A chance de formação de compostos químicos é minima portanto o tempo de tterapia é indeterminado.
OBS: Quando a frequência aumenta a duração do ciclo diminui e vice-versa.
C) Corrente de sequências de pulso ou Burst ou Trens de pulso
É um fluxo interrompido de partículas carregadas, onde a corrente flui em uma série e pulsos, separados por períodos em que não há fluxo de corrente( períodos ON e OFF).Usada em corrente russa;onda com parâmetros específicos destinados ao fortalecimento de músculos,utilizam uma corrente alternada de média frequência com uma frequência de 2000hz distribuídasem 50 trens por segundo. A corrente pulsada é utilizada para muitas aplicações clínicas da estimulação elétrica.
Formas de onda
As seguintes formas de ondas compreedem os três tipos de correntes:corrente continua, alternada e de pulso (Burst).
1) Senoidal
2) Triangular
3) Quadrática ou retangular
Parâmetros ajustáveis para o controle em eletroterapia
· Amplitude Quanto maior a amplitude maior será a velocidade do fluxo de elétrons.Representa a intensidade da corrente(velocidade de fornecimento de elétons).
· Duração ou largura do pulso É o tempo desde o início da primeira fase de um pulso até o final da última fase do mesmo.A duração do pulso em geral é expressa em microssegundos. Quanto maior a largura do pulso, maior o tempo de passagem.
· Carga de pulso Produto da amplitude pela largura do pulso. Quantidade total de eletricidade que está sendo administrada ao paciente durante cada pulso.
· Frequência Número de pulsos por segundo. A frequência é medida em Hertz para ciclos ou pulsos. As respostas do sistema nervoso e muscular dependem da extensão de tempo entre os pulsos e de como os pulsos ou as formas de onda são moduladas.
Ø Corrente de baixa freqüência: <1000HZ ;Uso terapêutico: <100Hz.
Ø Corrente de média freqüência: 1000 a 4000Hz (modulado em baixa freqüência: aproximadamente 50Hz).
Efeitos da eletricidade no corpo humano
A sensibilidade do organismo a passagem de corrente elétrica inicia em um ponto conhecido como Limiar de Sensação e que ocorre com uma intensidade de corrente de 1mA para corrente alternada e 5mA para corrente contínua.
O corpo humano é mais sensível a corrente alternada do que á corrente continua, os efeitos destes no organismo humano em geral são os mesmos, passando por contrações simples para valores de baixa intensidade e até resultar em queimaduras graves e a morte para valores maiores.
O aumento da amplitude e intensidade primeiro atinge o limiar sensitivo, em segundo o limiar motor e por último o limiar de dor.
Existe apenas uma diferença na sensação provocada por correntes de baixa intensidade; a corrente continua de valores imediatamente superiores a 5 mA que é o Limiar de Sensação, cria no organismo a sensação de aquecimento ao passo que a corrente alternada causa a sensação de formigamento, para valores imediatamente acima de 1 mA.
O Limiar de Sensação da corrente cresce com o aumento da freqüência, ou seja, correntes com freqüências maiores são menos sentidas pelo organismo.
Modulação da corrente
Modulação é qualquer padrão de variação em um ou mais parâmetros de estimulação. A modulação é usada para limitar a adaptação neural a uma corrente elétrica.
Tipos de modulação
· Variações de intensidade
· Variação de freqüência de pulso
· Variação de largura
· Trens de pulso
Obs:Os tipos de modulação estão diretamente relacionados ao tipo de tratamento.
Modulação VIF= variação de intensidade e freqüência
· Acomodação: aumento transitório no limiar de excitação do nervo.
· Durante o tratamento é importante ajustar os parâmetros para que não ocorra acomodação.
· Essa modulação (VIF) serve para retardar a acomodação.
· Utilizadas nas correntes empregadas em longos períodos de estimulação.
Modulação de amplitude: Variação do pico de ampiltude da corrente sobre o tempo. A variação na amplitude associada a trens de pulso possibilita uma contração muscular mais “fisiológica”, uma vez que o número de unidades motoras recrutadas é proporcional ao incremento da
amplitude corrente.
Modulação de trens de pulso: Os trens de pulso promovem a contração e o relaxamento musculares, que minimizam o aparecimento de fadiga muscular, possibilitando uma contração mais agradável quando associados à modulação de amplitude. Comum em tratamentos excitomotores.
Fatores que influenciam a resistência à passagem de corrente aos tecidos biológicos
· Tamanho dos eletrodos: Quanto a maior a área do eletrodo mais facil é a passagem de corrente para os tecidos e menor resistêcia a passagem
· Pilosidade: A presença de pêlos dificulta a passagem
· Vascularização: quanto maior a vascularização melhor a paasagem de corrente eletrica, pois implica uma menor resistencia.
· Quantidade de glândulas sudoríparas: A presença e suor facilita passagem de corrente .
OBS:Antes de iniciar o tratamento é importante fazer as seguites considerações( anamnese do paciente e verificar a presença de suor excessivo na superficíe a ser tratada) .
· Umidade da superfície cutânea: o gel é um bom condutor.
· Quantidade de tecido adiposo; A presença de tecido adiposo em excesso dificulta a passagem de corrente elétrica.
OBS: Para vencer essa resistência precisa-se de uma maior amplitude.
Tipos de eletrodos
1) Metálicos, de chumbo ou alumínio
Uso em corrente polarizadas, como meio de condução sempre usar a esponja umedecida evitando usar o gel .O eltetrodo de aluminio é menos corrosivo.
2) Silicone-carbono
Usado em correntes despolarizadas , o meio condutor utilizado é o gel.O uso causa alterações nos íons de caborno. Portanto deve-se fazer assepsia do mesmo com água e sabão evitando assim o acúmulo de resíduos.
3) Auto-adesivos
Usado em correntes despolarizadas, possui custo elevado uma vez que pode ser usado no máximo de 10x por paciente, perdendo a condutividade com o tempo.
Tipos de posicionamento dos eletrodos
a) Longitudinal = coplanar
OBS: A distância que deve-se manter entre um eletrodo e outro é a area de um eletrodo.
Quanto menor a distância entre os eletrodos menor a penetração do fluxo de corrente .
b) Transversal = contraplanar
OBS: O posicionamento do eletrodo depende do local do tratamento. Sobre ou ao redor da área dolorosa; sobre os dermátomos que correspondem à área dolorosa; próximo à medula que inerva a área dolorosa; sobre os nervos periféricos que inervam a área dolorosa; sobre estruturas vasculares superficiais; sobre pontos motores.
Densidade da corrente: A quantidade de corrente distribuída por área(quantidade de fluxo de corrente por volume).Quanto maior a área do eletrodo menor é a densidade de corrente
o Tamanho dos eletrodos
-Técnica monopolar: A quantidade de energia que vai passar no menor eletrodo será maior ao ponto de causar queimaduras se houver qualquer displiscência do terapeuta.
OBS; O eletrodo de maior tamanho difunde a corrente sobre uma grande área e o menor concentra a corrente em uma pequena área.
-Técnica bipolar: a quantidade de energia que passa entre os eletrodos de mesma área é de igual densidade o que evita a posssibilidade de queimaduras.Há distribuição uniforme da corrente pela superfície da segmento a ser tratado.
Ponto motor
Área onde o nervo penetra no músculo
Local de menor resistência à passagem da corrente
Maior percepção do estímulo motor (> excitabilidade muscular)
Menor percepção do estímulo sensitivo
Contra-indicações gerais para estimulação elétrica
1. Usuários de marcapasso cardíaco
2. Cardiopatas
3. Utilização sobre vasos sanguíneos trombóticos ou embolíticos
4. Vasos vulneráveis à hemorragia
5. Área abdominal de gestantes
6. Sobre seios carotídeos
7. Alterações de sensibilidade sem estratégias seguras
8. Indivíduos com dermatite e sobre pele danificada
9. Tecidos neoplásicos
10. Estado febril
11. Infecções em geral
12. Dor não-diagnosticada (a menos que seja recomendada por profissional)
Bibliografia:
Cameron, M.H. Agentes físicos na reabilitação – da pesquisa à prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 3º edição, 2009.cap 7,8.
Kitchen, S.; Bazin, S. Eletroterapia prática baseada em evidência. São Paulo: Manole, 2003. cap.15.