quarta-feira, 10 de março de 2010

Resumo - Formação de edema no tecido lesado

Se o movimento de fluidos entre o capilar e interstício for perturbado de modo que a quantidade de líquidos que flui do capilar para o interstício for maior do que a quantidade que dele sai, o resultado é o edema1.

· Troca normal de líquidos

No tecido normal, a pressão hidrostática2 capilar força os líquidos para fora dos capilares, enquanto que a pressão hidrostática tecidual força o líquido de volta para os capilares. Já a pressão oncótica3 capilar tende a retornar os líquidos aos capilares enquanto que a pressão oncótica tecidual tende a remover líquidos dos capilares.

É a soma dessas pressões que determina em que via o líquido passa. Na extremidade arterial dos capilares, predomina a pressão hidrostática capilar e o líquido sai dos capilares para o interstício. Próximo da extremidade venosa, a pressão hidrostática capilar diminui e as pressões que produzem reabsorção aumentam, fazendo o líquido retornar para os capilares. O líquido não reabsorvido pelo leito venoso dos capilares é removido do interstício pelo sistema linfático.

· Troca de líquidos no tecido lesado

Quando ocorre a lesão, ocorre aumento da pressão oncótica tecidual devido ao aumento de proteínas livres na região, que é decorrente da degradação pelos macrófagos dos detritos teciduais das células primariamente lesionadas e da lesão hipóxica secundária. Ainda algumas proteínas livres escapam do sistema circulatório durante a hemorragia (caso um vaso seja danificado) ou como resultado do aumento da permeabilidade vascular (Obs. As proteínas livres no sangue capilar exercem pressão oncótica capilar. Em situações normais, essas proteínas permanecem no capilar). O resultado é que uma quantidade maior de líquido sai dos capilares nas adjacências da lesão e uma quantidade menor é reabsorvida, produzindo-se edema e inchaço. Quanto maior a lesão, maior a quantidade de proteínas livres no interstício e, por fim, maior o edema.

Esse processo é responsável pela natureza tardia da maioria dos edemas. Tanto a lesão hipóxica secundária quanto a degradação dos detritos teciduais pelos macrófagos levam um tempo extenso (minutos a horas após a lesão) e continua a se desenvolver por muitas horas. O inchaço que ocorre imediatamente após a lesão deve-se à hemorragia direta. ___________________________________________________________________________________________

edema1 - acúmulo da parte líquida do sangue nos tecidos.

Pressão hidrostática2 - pressão exercida pela parte aquosa do sangue e dos tecidos.

Pressão oncótica3 – pressão que resulta da atração do líquido pelas proteínas livres.

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