segunda-feira, 3 de julho de 2017

Termoterapia superficial por calor

1.       Efeitos do calor
a.        Efeitos Hemodinâmicos
                                                               i.      Vasodilatação
b.       Efeitos neuromusculares
                                                               i.      Variações na velocidade de condução nervosa e velocidade de disparo
                                                              ii.      Aumento do limiar da dor
                                                            iii.      Variações na força muscular
c.        Efeitos metabólicos
                                                               i.      Aumento do metabolismo
d.       Alteração na extensibilidade do tecido
                                                               i.      Aumento da extensibilidade do colágeno
2.       Indicações do calor superficial
a.        Controle da dor
b.       Aumento da ADM e diminuição da rigidez articular
c.        Recuperação acelerada
3.       Contraindicações ao uso da termoterapia
a.        Hemorragia recente ou iminente
b.       Tromboflebite
c.        Alterações da sensibilidade
d.       Déficit cognitivo
e.       Tumor maligno
f.         Radiação infravermelha nos olhos
4.        Precauções ao uso da termoterapia
a.        Lesão aguda ou inflamação
b.       Gravidez
c.        Déficit circulatório
d.       Regulação térmica deficiente
e.       Edema
f.         Insuficiência cardíaca
g.        Existência de objetos metálicos nas proximidades
h.       Aplicação em feridas abertas
i.         Em áreas onde cremes que causam sensação de calor quando aplicados à pele tenham sido aplicados recentemente
j.         Nervos desmielinizados
5.       Modalidades de termoterapia superficial por calor
a.        Parafina
b.       Fluidoterapia
c.        Lâmpadas infravermelhas
d.       Imersão em turbilhão ou banheira de hidromassagem
e.       Banho de contraste
6.       Registro no prontuário
a.        Área do corpo a ser tratada
b.       Tipo de agente de calor utilizado
c.        Parâmetros
                                                               i.      Temperatura ou potência do agente
                                                              ii.      Quantidade e tipo de camadas utilizadas
                                                            iii.      Distância entre o agente e o paciente
                                                            iv.      Posição ou atividade do paciente
                                                              v.      Duração do tratamento
                                                            vi.      Resposta à intervenção


·         Efeitos do calor - Efeitos Hemodinâmicos – vasodilatação

Os agentes de calor superficiais produzem vasodilatação mais pronunciada no local dos vasos sanguíneos cutâneos, onde causam maior variação de temperatura, e uma dilatação menos pronunciada nos vasos mais profundos que correm através dos músculos, causando pouca ou nenhuma variação de temperatura.
Entre os mecanismos propostos para explicar a vasodilatação causada pela termoterapia pode-se citar:
o    ↑temperatura – ativação de termorreceptores cutâneos – relaxamento do músuclo liso – vasodilatação (ativação reflexa direta na musculatura lisa vascular).
o    ↑temperatura - ativação de termorreceptores cutâneos – inibição da resposta simpática (inibição de gânglio espinal toraco-lombar) - ↓ na contração dos músculos lisos – vasodilatação local e em vasos distais.
o    ↑temperatura – ↑liberação de óxido nítrico – vasodilatação.

Dica Clínica: Agentes superficiais de calor não aquecem até a profundidade da maior parte dos músculos. Para isso ocorrer, deve-se prescrever o uso de exercícios ou modalidades de calor profundo, tais como ultrassom ou diatermia.

·          Efeitos do calor - Efeitos Neuromusculares – Variações na velocidade de condução nervosa e velocidade de disparo

A elevação da temperatura aumenta a velocidade da condução nervosa e diminui a latência de condução dos nervos sensitivos e motores. Embora as implicações clínicas desses efeitos não sejam bem compreendidas, eles podem contribuir para redução da sensação de dor ou para a melhor circulação que advém do aumento da temperatura do tecido.
Foi também verificado que a velocidade (freqüência) de disparo do nervo muda em resposta a variações de temperatura. A elevação da temperatura muscular a 42ºC resulta em uma velocidade de disparo mais baixa dos fusos musculares eferentes do tipo II e gama (Motor: medula – fuso) e aumento na velocidade de disparo das fibras tipo Ib dos OTGs (Sensitivo: OTG – medula). Julga-se que essas variações nas velocidades de disparo dos nervos contribuem para uma redução na velocidade de disparo dos neurônios motores alfa e conseqüentemente redução do espasmo muscular. O decréscimo na atividade dos neurônios gama causa queda na capacidade de alongamento dos fusos musculares, reduzindo o disparo de aferentes. A diminuição na atividade aferente dos fusos causa queda na atividade dos neurônios motores alfa e no relaxamento da contração muscular.

Fuso muscular: músculo estirado ou alongado – estiramento do fuso – envio de aferência sensitiva do fuso para a medula (via sensitiva IA) – resposta reflexa (contração das fibras musculares agonistas e estímulo inibitório para as fibras do músculo antagonista - via motoneurônio alfa). Além disso, contração das fibras intrafusais – motoneurônio gama. 

OTGs: sinalizam alongamento máximo do músculo e contração ativa – neurônios sensitivos Ib (OTG – medula) – retorno informação reflexa via motoneurônio alfa para musculatura agonista (estímulo inibitório) e para a musculatura antagonista (estímulo excitatório).

·         Efeitos do calor - Efeitos Neuromusculares – Aumento do Limiar da Dor

Aumento do limiar da dor. Mecanismos: ativação do mecanismo de controle espinal (direta). Redução da isquemia (vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo) e espasmo muscular ou facilidade de recuperação tecidual (indireta).

·         Efeitos do calor - Efeitos Neuromusculares – Variações na Força Muscular

Redução da força e resistência muscular. Mecanismo: Redução do disparo das fibras eferentes por aquecimento de nervos motores (eferente gama – fibras intrafusais e IB - OTGs). Por sua vez, isso diminui a velocidade de disparo do motoneurônios alfa.

·         Efeitos do calor - Efeitos metabólicos – Aumento do Metabolismo

O calor aumenta a velocidade das reações químicas endodérmicas, incluindo a velocidade das reações biológicas enzimáticas.
Deslocamento da curva de dissociação da oxi-hemoglobina para a direita, disponibilizando mais oxigênio para reparo tecidual.
Aumento da velocidade de fluxo sanguíneo.

·         Efeitos do calor – Alteração na Extensibilidade do Tecido –↑ Extensibilidade do Colágeno

A aplicação de calor nos tecidos moles antes de alongamento prolongado facilita atingir a deformação plástica em que o tecido aumenta e mantém o seu comprimento. Ocorre organização das fibras de colágeno e mudanças na viscoelasticidade das fibras.

·         Indicações do Calor Superficial – Controle da Dor

- Ativação de termorreceptores cutâneos e fechamento do portão da dor por ativação de vias descendentes (direta).
- Diminuição do espasmo muscular ou redução da isquemia (indireta).

·         Indicações do Calor Superficial – Aumento da ADM e Rigidez Articular

- Aumento da extensibilidade do colágeno do tecido mole.

Dica Clínica: Para o aumento da extensibilidade dos tecidos moles antes do alongamento, utilize um agente que aquecerá o tecido que necessita ser alongado.

·         Indicações do Calor Superficial – Recuperação Acelerada
- Aumento da circulação e da atividade enzimática, e do aumento da oferta de oxigênio para os tecidos. O aumento da circulação acelera a emissão de sangue aos tecidos, levando oxigênio e outros nutrientes e removendo os resíduos.

Leitura Obrigatória para os Alunos
Adotada: KITCHEN, S.; BAZIN, S. Eletroterapia prática baseada em evidências.
Capítulo: 9 - Calor e frio: métodos de condução. p. 129 a 132.
Para Saber Mais
Título: PRENTICE, W. E. Modalidades terapêuticas para fisioterapeutas.
Capítulo: 9 - Modalidades infravermelhas. p. 203 a 210.

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