sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Estimulação elétrica para analgesia

Ana Paula de Mendonça e Rosalina Tossige Gomes

TENS - CORRENTE DE BAIXA FREQÜÊNCIA

A utilização da TENS é um recurso extremamente útil no tratamento da dor, sendo seu uso viável em todas as situações dolorosas e indicada tanto para casos agudos quanto crônicos. É uma modalidade de tratamento não invasiva cuja função principal é proporcionar analgesia, embora benefícios secundários como sedação e aumento da temperatura tissular local possam ser observados.

A TENS consiste da aplicação de eletrodos percutâneos com o objetivo de excitar as fibras nervosas. É uma corrente elétrica com forma de onda tipicamente bifásica,simétrica ou assimétrica, que pode ser transmitida através da pele sem solução de continuidade.Sendo a TENS uma corrente elétrica bifásica, ela pode ser aplicada por longos períodos, uma vez que esta forma de onda diminui a possibilidade de ocorrerem alterações químicas no sítio de colocação de eletrodos.Ela emprega pulsos com ampla faixa de freqüência que podem variar de 1Hz a mais de 100Hz, e largura de pulsos também variáveis, que podem ser breves ou não, dependendo do protocolo de estimulação que se queira usar.

· Modo convencional ou de alta freqüência

Mecanismo: ativação(despolarização) de aferentes sensitivos A-Beta. Promovendo analgesia enquanto durar o estímulo.

Ação rápida enquanto durar a terapia.

Frequência: alta freqüência, > 90Hz (100-150Hz).

Largura de pulso: baixa, < 100µs (50- 80µs).

Tempo on, off: passagem contínua da corrente (sem tempo off).

Tempo de terapia: > 30min (enquanto durar a dor).

Amplitude: limiar sensitivo (formigamento suportado pelo paciente).

Habilitar VIF para minimizar a acomodação.

Modo: normal.

Colocação de eletrodos: na área dolorosa, dermátomo. Sempre respeitando o espaço entre os eletrodos, de pelo menos o tamanho de um eletrodo.

Resultado: analgesia enquanto durar o estímulo.

Indicada para dores agudas.

· Modo acupuntura ou baixa freqüência

Mecanismo: ativação de aferentes sensitivos A-delta por meio de abalos musculares resultando em ativação de vias descendentes que contribuirão para o fechamento do portão da dor. Ocorre também a liberação de opióides endógenos.

Frequência: baixa freqüência, < 90Hz (2- 10Hz).

Largura de pulso: alta, >100µs (200- 300µs).

Tempo on, off: passagem contínua da corrente (sem tempo off).

Tempo de terapia: entre 20 e 45min. (30’).

Amplitude: limiar motor (abalos musculares).

Modo: normal.

Colocação de eletrodos: na área dolorosa, dermátomo. Sempre respeitando o espaço entre os eletrodos, de pelo menos o tamanho de um eletrodo.

· Modo BURST

Mecanismo: ativação de aferentes sensitivos A-delta por meio de abalos musculares resultando em ativação de vias descendentes que contribuirão para o fechamento do portão da dor. Ocorre também a liberação de opióides endógenos.

Frequência: baixa freqüência, < 90Hz (2- 10Hz).

Largura de pulso: alta, >100µs (200- 300µs).

Tempo on, off: passagem contínua da corrente (sem tempo off).

Tempo de terapia: entre 20 e 45min. (30’).

Amplitude: limiar motor (abalos musculares).

Modo: burst.

Colocação de eletrodos: na área dolorosa, dermátomo. Sempre respeitando o espaço entre os eletrodos, de pelo menos o tamanho de um eletrodo.

Obs: Como observado os parâmetros acumpuntura e BURST são iguais, porém o BURST pode er mais eficaz ou melhor tolerado pelo paciente.

· TENS Breve-Intensa (alta freqüência e alta largura de pulso)

Mecanismo: ativação direta dos aferentes sensitivos A-delta resultando em ativação de vias descendentes, a liberação de opióides endógenos e colisão antidrômica.

Frequência: > 90Hz (100- 150Hz).

Largura de pulso: alta, >100µs (200- 300µs).

Tempo on, off: passagem contínua da corrente (sem tempo off).

Tempo de terapia: 15min.

Amplitude: limiar sensitivo (formigamento suportado pelo paciente).

Modo: normal.

Colocação de eletrodos: na área dolorosa, dermátomo. Sempre respeitando o espaço entre os eletrodos, de pelo menos o tamanho de um eletrodo.

Resultado: analgesia rápida e potente.

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Contra indicações ao uso de correntes elétricas:

· Marcapasso de demanda cardíaca ou arritmias instáveis;

· Colocação dos eletrodos sobre os seios carotídeos;

· Áreas onde exista presença de trombose arterial ou venosa, ou tromboflebite;

· Gravidez – sobre o abdome ou a coluna lombar.

Precauções:

· Doença cardíaca;

· Pacientes com deficiência mental ou com sensibilidade alterada;

· Tumores malignos;

· Áreas de irritação na pele ou de feridas abertas;

· Iontoforese após outros agentes físicos.

CORRENTE INTERFERENCIAL - CORRENTE DE MÉDIA FREQUÊNCIA (Despolarizada, senoidal)

Corrente interferencial é uma aplicação transcutânea de correntes elétricas alternadas de média freqüência com amplitude modulada em baixa freqüência para fins terapêuticos, que tem a vantagem de reduzir a resistência da pele, e assim o desconforto normalmente ocorrido pelas correntes tradicionais de baixa freqüência, ao mesmo tempo em que produz efeitos de baixa freqüência, permitindo o tratamento de tecidos profundos.

As correntes de média freqüência passam para os tecidos biológicos mais facilmente (menor resistência) o que reduz as respostas sensoriais promovidas pelas correntes, sendo possível o aumento da amplitude em níveis mais confortáveis.

A corrente interferencial é produzida mesclando duas correntes de média freqüência que ficam levemente fora de fase, seja aplicando-as de modo que “interfiram”nos tecidos ou, de modo alternativo, mesclando-as dentro do estimulador antes da aplicação.

Uma corrente é normalmente de freqüência fixa, por exemplo 4000Hz, e a outra corrente é ajustável, por exemplo entre 4200Hz. Teoricamente, as duas correntes se somam ou se cancelam de maneira previsível, produzindo a corrente interferencial de amplitude modulada resultante. A freqüência da corrente resultante será igual à média das duas correntes originais e variará em amplitude com uma freqüência igual à diferença entre essas duas correntes.

Aplicação Tetrapolar:

A corrente interferencial pode ser produzida aplicando as duas correntes de média freqüência através de quatro eletrodos (método tetrapolar) de modo que essas se cruzam dentro dos tecidos. Alega-se que uma aplicação tetrapolar da corrente interferencial produza corrente modulada em um padrão de “trevo de quatro folhas”.

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Parâmetros de Tratamento:

Freqüência: A maioria das pessoas parece preferir ajustes mais altos (50-100Hz) do que mais baixos (5Hz).Inicialmente pode ser útil usar a que seja mais confortável pro paciente e avaliar cuidadosamente os efeitos do tratamento.

Intensidade: Deve ser determinada pelo relato do paciente.

Tempo: 10-20 minutos.

Contra-indicações:

· Pacientes nos quais pode haver movimentação de um trombo, alastramento de infecção ou de células cancerígenas, ou hemorragia;

· Marcapassos;

· O abdômen durante a gestação;

· A parede torácica em pacientes com problemas cardíacos.

REFERÊNCIAS:

KITCHEN, S., Eletroterapia – Prática Baseada em Evidências. Capítulo 17, p.259- 282. 11ª Edição.2003.Editora Manole.

2 comentários:

  1. Há 10anos trabalho esclusivamente com correnten Interferncial exclusivamente, onde desenvolvi 100 novos conceitos e 20 tecnicas novas e altamente satisfatórias. A literatura atual nacional e internacional estão defasada e e inadequadas se houver interesse em discutir em umcurso poderei ministrar o curso aí na tua faculdade. atenciosamnet Dr. Clauton Machado UFSM 05596236518debarsileira e denho 10 anos

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  2. Verdades são questionáveis. Bom seria comprovar com uma palestra a defesa da tese proposta e assim, confirmar que conceitos mudam com fundamentação que abrange técnicas, teorias, métodos e práticas, além de embasamento teórico.

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