quinta-feira, 18 de junho de 2009

Ultra-Som

Débora Marques Aguiar

Maira de Oliveira Caixeta

Dâmares Ribeiro

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O equipamento de ultra-som terapêutico (UST) consiste de um gerador de corrente elétrica de alta freqüência. È uma onda elétrica transformada em onda sonora não audível, sendo a energia transmitida pelas vibrações das moléculas do meio pelo qual a onda está se propagando. Nos tecidos moles que são compostos principalmente de líquidos ela se propaga de forma longitudinal, porém no osso de forma transversal.

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Quando a onda encontra uma interface entre dois meios diferentes parte dela é transmitida e parte refletida.

Como meio de acoplamento entre o cabeçote e o tecido é necessário o uso de um gel para impedir a reflexão na interface ar-tecido.

Análise do campo acústico do feixe ultra-sônico:

É utilizado para detectar alterações da energia emitida pelo transdutor, é aconselhável que se faça o teste 1 vez por semana.

Para realização do teste deve ser colocado no cabeçote 1 ml de água, sobre a superfície metálica. O aparelho deve estar em modo continuo com a freqüência de 1 MHz, é então ligado e deve-se observar a lenta e constante elevação da intensidade e a qualidade da cavitação, homogêneo ou não, e o feixe acústico.

clip_image005 clip_image007 Campo acústico irregular Campo acústico homogêneo

Teste de cavitação: Deve-se observar a nebulização da água com o aumento da intensidade.

O teste é feito colocando-se ao redor do cabeçote, da área metálica, fita adesiva e sobre o cabeçote coloca-se o gel ou a pomada que se deseja testar e em seguida coloca-se água e após ligar o aparelho deve ser observada a nebulização da água.

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Obs.: pode ser feito teste para se observar se algum fármaco é bom ou não para a passagem do feixe acústico, fonoforese.

Efeitos fisiológicos:

Os efeitos térmicos e não - térmicos prevalecerão de acordo com o regime de pulso aplicado, continuo ou pulsado.

Ø Térmico: Aumento da energia cinética das moléculas

Aumento do fluxo sanguíneo local

Aumento da permeabilidade da membrana

Aumento da extensibilidade das fibras colágenas

Aumento da capacidade de regeneração de tecidos

Modulação da dor e redução do espasmo

Ø Não- Térmicos: Cavitação

Microfluxo acústico

Cavitação: formação de pequenas bolhas de gás ao estável passar pelo tecido as bolhas vão formar pressão, ativação celular.

Pode ser dividida em cavitação estável e instável:

Estável: é uma forma pouco violenta estando associada com a vibração dos corpos gasosos. Somente esta pode ser considerada terapêutica visto que seus efeitos são basicamente não térmicos.

Instável: ocorre quando há uma violenta implosão de bolhas pode promover danos teciduais decorrentes de altas temperaturas e pressões geradas em razão da liberação de energia no instante da ruptura da bolha de ar. Pode romper ligações moleculares produzindo radicais livres.

Microfluxo acústico: é a circulação constante do fluido induzida por forças de radiação. Este movimento pode danificar macromoléculas e células e por outro, alterar o ritmo de difusão de partículas e a permeabilidade de membranas.

Efeitos não térmicos: regeneração de tecidos

aumento do fluxo sanguíneo

cicatrização óssea

reparo de fraturas

fonoforese

aumenta a permeabilidade da membrana

aumenta difusão de íons e nutrientes

Efeitos terapêuticos:

Ø Tecidos moles:

Acelera a resposta inflamatória, promovendo a liberação de histamina, macrófagos e monócitos, alem de incrementara síntese de fibroblastos e colágeno.

Ø Tecido ósseo:

Aceleração da consolidação de fraturas

Fonoforese:

Habilidade do ultra-som em incrementar a penetração de agentes farmacologicamente ativos através da pele.

Vantagens: técnica segura, indolor e não invasiva de aplicar medicamentos.

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TÉCNICAS DE APLICAÇÃO:

Aplicação direta:

Envolve o contato entre o aplicador e a pele com uma fina camada de um meio de acoplamento entre eles. È realizada quando a superfície a ser irradiada é razoavelmente plana, sem muitas irregularidades, permitindo um perfeito contato de toda superfície metálica do transdutor com a pele. Além de gel como meio de acoplamento pode-se utilizar formulações farmacológicas com fins terapêuticos, a fonoforese.

Aplicação subaquática:

È indicada para regiões de contornos irregulares, ou para áreas que não permitem o contato do transdutor com a ele. A água é o meio de acoplamento, sendo a terapia feita com imersão do membro a ser tratado utilizando um recipiente plástico ou metálico forrado com uma manta de borracha para evitar reflexões.

Aplicação por meios intermediários:

Em situações onde a superfície corporal a ser tratada não pode ser imersa em água e é pequena ou irregular, pode-se aplicar uma técnica com bolsa de água, que pode ser um balão ou uma luva de procedimento como meio de acoplamento entre o transdutor e a área. Ambos os lados do balão devem ser cobertos com gel para garantir melhor contato.

Independentemente da técnica de aplicação o transdutor deve sempre ser mantido perpendicular a área a ser tratado, o que minimiza a energia refletida e refratada. È essencial que durante aplicação o transdutor esteja em constante movimentação para evitar efeitos lesivos e ondas estacionárias. Com exceção da técnica subaquática deve ser mantida em completo contato como agente de acoplamento,evitando formação de cunhas de ar.

Parâmetros ajustáveis:

Freqüência:

A faixa de freqüência é de 0,75 a 3,0 MHz. Quanto menor a freqüência do ultra som menos energia é absorvida em tecidos superficiais, assim a penetração é mais profunda. Sendo 3 MHz calor superficial e 1MHz para calor profundo.

Modo:

Contínuo: Efeito térmico. ONDA CONTÍNUA

Distúrbios musculoesqueléticos gerais:

Espasmo muscular; Rigidez articular; Dor; Estimulação do fluxo sanguíneo

Pulsado: Efeito não térmico. ONDA PULSADA

Reparo de tecidos:

Reparo de tecidos moles, fraturas ósseas e tendões

Intensidade:

Condições agudas: Menor 0,5 W/cm²

Condições crônicas: Menor 1 W/cm²

No modo pulsado pode-se usar atenuação de 10, 20 e 50%. Usar sempre intensidade mais baixa que produza o efeito terapêutico desejado, já que intensidades mais altas podem ser lesivas.

Tempo de aplicação:

Depende do tamanho da área a ser tratada, não deve ser maior que 3x o tamanho da ERA. Os tempos de tratamento devem ser aumentados gradualmente até 3 min. para 1e ½ ERA.

Duração do tratamento:

Depende da área da lesão que deve ser divididas em zonas que sejam 1,5 vezes que o tamanho da ERA, que geralmente é em torno de 4 cm².

-1 a 2 minutos para cada 1,5 vezes a ERA do cabeçote

-30 segundos a cada sessão até 3 minutos para cada 1,5 vezes a ARE

-2 minutos a cada 10 cm2 de área tratada

Cálculo da ERA (Área de Radiação Efetiva):

Ex: ERA - 4cm²

Área a ser tratada 16 cm²

1’_________ 1ERA e ½ -à6cm²

X _________2 à 12cm²

3’_______6cm² X= 48/6 = 8’

X _______16cm²

2’________10cm² X= 32/10 = 3,2’

X_________16cm²

Freqüência de tratamento:

Aguda: Todos os dias até 14 sessões.

Subagudas: Dias intercalados até 14 sessões

Efeito Placebo:

Além de efeitos fisiológicos, também deve ser mencionado que US pode exercer efeito terapêutico psicológico significativo.

Indicações:

Ø Condições agudas (modo pulsado) e subagudas. (US com efeitos não térmicos)

Ø Cura e reparo de tecidos moles

Ø Tecido cicatricial

Ø Contratura articular

Ø Inflamação crônica

Ø Aumento da extensibilidade do colágeno

Ø Redução do espasmo muscular

Ø Modulação da dor

Ø Aumento do fluxo sanguíneo

Ø Pontos gatilhos miofasciais

Ø Cicatrização óssea

Contra indicações:

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Ø Condições agudas e pós-agudas (US com efeitos térmicos)

Ø Áreas de sensação de temperatura diminuída

Ø Áreas de circulação diminuída

Ø Insuficiência vascular

Ø Trombo flebite

Ø Olhos

Ø Órgãos reprodutores

Ø Pelve imediatamente após menstruação

Ø Gravidez

Ø Marca passo

Ø Câncer

Ø Áreas epifisais em crianças pequenas

Ø Substituições totais de articulações

Ø Infecção

Bibliografia:

GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia dermato-funcional fundamentos recursos patologias. Capítulo: 7 - Ultra-som. p. 175 a 208.

KITCHEN, S.; BAZIN, S. Eletroterapia prática baseada em evidências. Capítulo: 14 - Ultra-som. p. 211 a 230.

PRENTICE, W. Modalidades terapêuticas para fisioterapeutas. Cap.: 10 - Ultra-som.terapêutico  p.245 a 278.

6 comentários:

  1. Muito bem explicado!! Está de parabéns!!

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  2. Muito bom o trabalho. Parabéns e obg!

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  3. Olá, bom dia! Em primeiro lugar, parabéns pelo trabalho e iniciativa. Em segundo lugar, gostaria de solicitar q me esclareça sobre o cálculo dos parâmetros. Estou em dúvida sobre: a) A q se refere a incógnita "x". b) de onde vem o produto "48"? Desde já, sou grata pela atenção. Att

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  4. Muito bom a explicação, mas gostaria de saber sobre um profissional da minha aré q está fazendo uso de us para melhora do quadro de sinusite em crianças. Pois sabemos q o US nao pode ser usado em cartilagem de crianças pois acelera a calcificação. E fala q ele desenvolveu o cabeçote do equipamentos e não traz mal nem um a criança. Sendo assim ele ganharia mais dinheiro patentiando o aparelho e dando cursos do q fazendo sessões por 70,00 reais. Aguardo uma resposta. Obrigada desde já.

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