Camila Lima, Mara Rúbia e Júnia Lara
CONCEITO: Aplicação terapêutica de qualquer sustância ao corpo que resulta em remoção de calor corporal, diminuindo assim a temperatura dos tecidos por resfriamento por condução.
A crioterapia é a utilização de frio para o tratamento do trauma agudo e da lesão subaguda para diminuir o desconforto após o recondicionamento e a reabilitação. O efeito primário do uso da crioterapia é a diminuição local na temperatura; o frio é o tratamento inicial para a maioria das condições no sistema musculoesquelético. O uso do frio para a lesão aguda é a de abaixar a temperatura na área lesionada, reduzindo a freqüência metabólica com decréscimo correspondente na produção de metabólitos e no calor metabólico. Isso ajuda o tecido lesionado a sobreviver à hipóxia e limita posterior lesão do tecido. O frio é usado para diminuir a dor e promover a vasoconstrição local, controlando a hemorragia e o edema, é recomendado na fase aguda de condições inflamatórias (bursite, tenossinovite e tendinite). O frio também reduz a dor, o espasmo muscular reflexo e as condições espásticas que o acompanham; possui efeito analgésico por diminuir a velocidade da condução nervosa, embora não a limite completamente.
Com o tratamento de gelo, o paciente geralmente relata uma desconfortável sensação de frio seguida por ferroada ou ardência, sensação de coceira, e dormência completa. O gelo é eficaz no tratamento de dor miofascial, essa é associada aos pontos-gatilho miofasciais ativos com vários sintomas, incluindo dor no movimento ativo e amplitude de movimento diminuída. Há também uma diminuição da excitabilidade das extremidades nervosas livres e das fibras nervosas periféricas com o uso do frio, aumentando o limiar da dor. As aplicações de frio podem também intensificar o controle voluntário nas condições espásticas e, em condições traumáticas agudas, diminuir os espasmos dolorosos da irritabilidade muscular local.
EFEITOS FISIOLÓGICOS: Incluem efeitos na função celular em geral, circulação (fluxo sanguíneo, edema, hemorragias), colágeno, tecido neural (dor, espasmo), músculo (velocidade e intensidade de contração, agilidade) e reparo dos tecidos.
Na circulação o gelo atua promovendo a vasoconstrição das arteríolas e vasos capilares inicialmente e posterior vasodilatação.
No edema há prevenção do seu agravamento uma vez que o frio diminui a resposta inflamatória. Com presença de:
-      Vasoconstrição;
 -      Redução da permeabilidade dos vasos;
 -      Diminuição dos efeitos da histamina.
 
Na prevenção de hemorragias ocorre:
-      Vasoconstrição e redução da permeabilidade vascular.
 
No colágeno acontece aumento da sua viscosidade.
No tecido neural ocorre diminuição da velocidade de condução dos nervos periféricos atuando na redução da dor, levando a:
-      Aumento do limiar de dor;
 -      Diminuição da excitabilidade das terminações nervosas;
 -      Diminuição do metabolismo.
 
Na intensidade de contração existe redução no tônus muscular com:
-      Mudanças na atividade dos fusos musculares e junções neuromusculares;
 -      Redução na freqüência de disparo aferente;
 -      Comprometimento na condução aferente.
 
ANALGESIA INDUZIDA PELA TERAPIA COM GELO
|           Estágio  |                   Resposta  |                   Tempo para o início da terapia (min)  |      
|           1  |                   Sensação de frio  |                   0-3  |      
|           2  |                   Queimação  |                   2-7  |      
|           3  |                   Anestesia Redução de reflexo Interrupção do ciclo dor-espasmo  |                   5-12  |      
|           4  |                   Vasodilatação tecidual profunda sem aumento no metabolismo  |                   12-15  |      
CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS
|             Recurso  |                       Modo de aplicação  |                       Tempo  |                       Efeitos fisiológicos  |        
|             Pacotes de gel  |                       Evolve a bolsa de gel congelada em toalha e aplica-se no local a ser tratado.  |                       20 min  |                       Resfriamento em quatro tempos (frio, formigamento, queimação e adormecimento) e eritema  |        
|             Pacotes de gelo  |                       Colocar o pacote no local a ser tratado comprimindo a bolsa sobre a pele com toalhas ou bandagens eláticas.  |                       20 min  |                       Resfriamento em quatro tempos (frio, formigamento, queimação e adormecimento) e eritema  |        
|             Toalhas com gelo  |                       Emerge toalha em mingual de flocos de gelo e água, torce e coloca no local a ser tratado.  |                       até 20 min  |                       Resfriamento muito superficial  |        
|             Banhos frios  |                       Colocar a parte do corpo a ser tratada em água fria ou em mistura de água e gelo.  |                       15-20 min  |                       Resfriamento do tecido  |        
|             Sprays vaporizadores  |                       Aplicar sobre a área o spray por meio de jatos curtos (5s cada), fazer de 3-5 jatos.  |                       5s cada jato  |                       Estimulação das fibras rápidas envolvidas na teoria da comporta, Redução do espasmo muscular, Inibição do fuso muscular e facilitação do OTG.  |        
|             Massagem com gelo  |                       Usar geladinhos plásticos ou cubos de gelo em pontos de disparo ou ventre muscular em movimentos circulatórios no local.  |                       15-20 min  |                       Resfriamento em quatro fases, eritema e analgesia  |        
ATUAÇÃO DO GELO NA LESÃO
INDICAÇÕES
· Traumatismos ou inflamação aguda;
· Exercícios intensos;
· Dor aguda ou crônica;
· Espasmo muscular agudo ou crônico;
· Pós-cirúrgico em geral;
· Nevralgias;
· Espasticidade por distúrbios do SNC;
· Queimaduras de 1º e 2º graus;
· Artrite reumatóide e osteoartrites.
CONTRA INDICAÇÕES
-      Doença de Raynauld (espasmo arterial);
 -      Hipersensitividade ao frio (urticária);
 -      Diabetes com envolvimento vascular;
 -      Redução ou perda de sensibilidade;
 -      Ferimentos abertos;
 -      Doença vascular periférica;
 -      Massagem com gelo em cima do seio carotídeo;
 -      Pacientes idosos com pele frágil;
 -      Crianças ou outros indivíduos com dificuldade de compreensão.
 
BIBLIOGRAFIA
KNIGHT, K. L. Crioterapia no tratamento de lesões esportivas. Cap. 5, p. 59-76;
KITCHEN, S.; BAZIN, S. Eletroterapia baseada em evidências. Cap. 9, p.132-136;
KNIGHT, K. L. Modalidades terapêuticas para fisioterapeutas. Cap.9, p. 189-201.
...E posso fazer por dias, digo na fase subaguda, ate quando?
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